Tuesday, May 31, 2005


Adélia Prado Posted by Hello

Descobrir a Adélia Prado é, na minha opinião (com a qual poucos se importam, é verdade, mas que ainda assim continua sendo minha), como encontrar um refúgio. Algo semelhante devia acontecer com os pré-históricos quando, em dias de frio e desabrigo, encontravam alguma caverna.
Sinceramente, eu queria muito que essa senhora fosse minha avó. E talvez seja, sem sabermos. Eis uma elegante esperança para um dia tão chato!
Sempre que me surpreendo cercado de livros quase-ocos (às vésperas de um TCC isso é comum), tento não esquecer deste poema. A mim, ajuda muito.


Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

Adélia Prado.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Primo... estamos todos com saudades...
vamo ir para a tua formatura...
Beijos Lu!

11:15 AM  
Blogger  said...

Olá, com um poema desse ela bem que podia ser minha avó também...
Achei interessante a ligação imagem-texto no blog, creio haver aí aquele 'q' de que a linguagem apenas com palavras não aborda tudo que gostaríamos de dizer, imagem complementa (mesmo não dizendo tudo ainda).
E "sabe-se lá por quê" é bom :)

3:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

Bonjour, liberatura.blogspot.com!
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4:29 PM  

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