palavras, apenas...
o que me faz lembrar?
Eu correspondo à pequena parte dos que quase não se correspondem. Mas quase já é muito. E me sou dos que sabem que fingem papéis, pequenos, às vezes, papelões. Atormento-me aqui. Atormento-me ali. Me represento: que em verdade meu coração abriga um desejo imenso de amar - e depois de acabado o amor, ainda mais ainda amar. Há de se impor limites a essa insistência? Ou os pastos descarecem mesmo de fechos, por natureza primeira?
O que me inquieta por acima-do-sobre é o sofrimento. O sentido dele, digo. Se preciso, é. É? Acho que nada é preciso. Ao menos em mim, nada: nada nada noves fora, zero, nada. Tudo me vem aos turbilhões, em misturadíssimas misturas: cores que não combinam em olhos outros nenhum, mas que são lindas, juntas, proximinhas. E o que me bate por dentro agora? O que me faz lembrar daquele momento de infâncias? Os senhores, posso apostar dobradas apostas, não sabem, sequer cogitaram cogitar, que a infância não é um período da vida, mas do dia. E da minha infância, o que restou de mais belo foi uma laranja. Não uma qualquer, mas de umbigo, imensa: laranja-umbigo-mundo. Mal cabia em meus braços, de tão-Tão!, a laranja: pôr-do-sol, em minhas mãos, o Pôr-do-Sol.
5 Comments:
O que gosto de teus posts é esse ter de escavar com o cuidado de um arqueólogo para achar o significado.
E no final, como todo bom arquólogo, ainda ficar um tanto em dúvida. :P
não entendo nada de arqueologia, e tem vezes que interpreto tudo errado, ainda que do meu jeito.. se não se tratasse de ti, concluiria que é um medinho do depois o que subjaz esse teu post. mas não. a infância é um momento do dia? se é, a minha ficou lá pelas onze da manhã, antes do sol a pino. e não é que me lembrei de outra coisa tipo a fita do kid abelha e os abóboras selvagens...
bjão!
vê se não some mais!
olá guri! Pois então de volta... E eu tb, ao menos parte de mim.
Andei pensando muito na coisa do sofrimento esses dias meus no verde. Achei de pensar logo no verde... Mas um luar me clareou tudo: sofrimento é um tormento q nós colocamos na alma. A culpa é nossa?!?! HUmm.. vou pensar num pôr-do-sol agora. :)
bjao!
A minha infância... huuuum... BERGAMOTA! Mas não sei descrevê-la com tamanha beleza! Adoro ler teu blog. Faz bem. E concordo com a coisa de "arqueologia". Aliás, isso me lembra um outro autor conhecido de todo bochechudo que se preze...
Da minha infância, hoje, me assalta um olhar, um olhar sem nada. Enquanto todos se preocupavam, eu olhava, de puro, intenso. Olhei aquela foto e pude sentir que ainda era eu, quando em momentos doidinhos de não sei bem o que...E o amor, também eu também. Sem (ator)mentantes pensamentos, mas (sim)plesmente amar. "palavras, apenas..." ou não!!!
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