Thursday, September 22, 2005

otilchera, unammeel tnak, aros

O rio se estende por sobre o sempre, eterno, irrepetível. Ao longo de suas beiras, fecundas de tão, gentes as mais variadas buscam o suco do alimento imperecível. Mas tudo o que existe no lado de Cá padece, perece, se vai, esvai: sofre, a ação do tempo. Será? O tempo, dono de excelente memória, existe fora de nós? Navego mal nestas altas idéias. Reconheço, no entanto, que dia e noite surgem e desaparecem, sucedem-se um ao outro, como se dançassem. Percebo agora, a súbita iluminação, o tropeço: dia e noite só se encontram mesmo, definitivamente, na morte. Sim, é na morte que noite e dia são uma só carne: marido e mulher. É na morte que o tempo não mais, mata, não mais. O remédio – sem ironia, infalível remédio da longa vida, a sonhada fonte da juventude - é propriamente este: morrer, mergulhar.

(antes que me perguntem: o título deste post é um anagrama).

2 Comments:

Blogger  said...

E descobrir o lado de Lá.

4:01 PM  
Blogger Lizi said...

O que há no lado de lá?
Tempo não há
Dia não há
Noite não há
Mas o que há no lado de lá?
Um jorro caótico
De plasma desconexo
Sem sentido semiótico
Um início cético
À vida sem nexo
O fim apócrifo?
O que há no lado de lá...

Um dia se a Fah descobrir, poderá me explicar... :P

11:14 PM  

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