Friday, August 05, 2005

Tudo, acredite, é recado...


"absolutas estrelas..."

Se eu soubesse, faria? Seria? Sou, acho que. Um ano a menos de vida hoje tenho, completo. E o sertão é imenso, reconheço: coração, dentro da gente. Os sonhos, tantas estrelas, absolutas. A pequenez da gente, minha-minha maior. As limitações, que só se desfazem em mim quando certo estou de que me coloco tudo, tudo, mais um tanto, ao contrário e – oma!

O que eu queria mesmo dizer é aquilo que nem sei como: importantíssimas coisas. Quase nem me cabem, elas. Quietude e silêncio. Escrevo, escrevo. Intuo, além do mais. Desconheço em que lugar isso vai parar. Sigo, enquanto houver tempo, procurando ser. Sendo essa tentativa, pobrezinha, de desencavar o que há de melhor em mim. Um enorme talvez.
Meus parabéns a mim mesmo, eu a mim. Posso?

A surpresa
Nei Lisboa, Chocolate e Caneca de Café. Delicadezas, tantas: inexplicáveis. Eis o tempo: “o fato sentimental”. A carta, a letra, o doce costurar do arranjo, o previsto inesperado atraso, as linhas, as entrelinhas: e um carinho imenso, desmedido, desenorme. Sim, três vezes sim, redigo: “Vou, demais!”. E me quero-te sempre assim: “coisas grandes em palavras pequenas, ti a mim, me a ti, e tanto!”. Minha vereda, meu ser tão!

Tuesday, August 02, 2005

De um conto, meu: conto, um parágrafo


Andrômeda (Rembrandt)

"Bom, ia dizendo? Sim, dela, a indesejada. Sabiam-lhe o nome, então? Pudessem... Quem iria prestar atenção nela, tanto não ser que era, tanto tão macabéa, sem norte-nordeste!? Quem? A gente vive com a cabeça onde não deve-de. Cada um com seu cada um, em si mesmo, os afazeres. As demais coisas sempre por cumprir, não é verdade? Quem tem tempo de reparar se o outro sofre ou não? Se precisa do impreciso ou não? Quem? Quem repararia que a nossa louquinha era um poema, dos anjos, augusto?"